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Apostas Online não causam endividamento, afirma IBJR e critica CIDE-Bets

O foco do debate público sobre CIDE-Bets e a tributação de apostas online ganha nova roupagem quando analistas do setor destacam impactos reais sobre concorrência, arrecadação e combate ao mercado informal. Este posicionamento, elaborado a partir de dados e experiências internacionais, propõe uma leitura distinta da narrativa que associa o consumo de apostas ao endividamento dos brasileiros. O que se discute agora não é apenas o valor de uma eventual contribuição fiscal, mas como estruturar políticas que desencorajem o mercado clandestino sem punir o consumidor de forma desproporcional. Abaixo, apresentamos um panorama estruturado sobre o tema, com foco no papel do IBJR e nos principais impactos potenciais da CIDE-Bets. A palavra-chave CIDE-Bets está em destaque nesta introdução para guiar a compreensão do tema, incluindo a análise intitulada Tributação das bets: CIDE de 15% para ampliar presídios e fortalecer a segurança.

Posicionamento do IBJR diante da proposta de tributação intensiva

O Instituto Brasileiro de Jogo Responsável (IBJR) vem ressaltando que o eixo principal da discussão não deve se perder na busca por arrecadação adicional, mas na consistência de uma política que não agrave a assimetria entre operações regulamentadas e clandestinas. Em termos práticos, a proposta de criar uma cobrança de 15% sobre o valor de cada aposta, a chamada CIDE-Bets, é vista como medida que pode, na prática, ampliar a vantagem de quem atua fora da lei, caso o governo não implemente controles robustos contra o mercado informal.

Contexto da proposta: o que prevê a CIDE-Bets

Segundo o texto da iniciativa, a ideia é destinar uma nova fonte de receita estimada em cerca de 8,5 bilhões de reais por ano, com a consequência prevista de reduzir aproximadamente 22,5% do volume de apostas digitais. O IBJR amplia a análise ao apontar que, sem uma redução efetiva do espaço informal, tais tributos podem resultar apenas em deslocamento de demanda, mantendo o ambiente ilegal ativo enquanto o mercado regulamentado fica em desvantagem competitiva.

Principais críticas do IBJR

Entre os argumentos centrais está a observação de que, sob condições de competição desiguais, impostos adicionais tendem a pressionar clientes a migrar para opções clandestinas. O IBJR enfatiza que a decisão de tributar não deve ocorrer antes de um esforço concreto de desmantelar a operação ilegal e reduzir a participação do mercado paralelo, que, de acordo com estudos, representa uma parcela significativa de operações no Brasil.

Análise econômica: como a tributação pode impactar preços e comportamento

Um dos pontos centrais levantados pelo IBJR é a relação entre tributação e preço de produtos. Ao estabelecer uma cobrança adicional, existe a possibilidade de que o preço final do serviço fique menos competitivo, levando o usuário a buscar alternativas mais baratas, que muitas vezes são ilegais. Este efeito, conhecido como efeito de substituição, pode, paradoxalmente, reduzir a arrecadação prevista, enquanto fortalece o ecossistema clandestino.

Como o conhecimento do consumidor influencia o mercado

Para o IBJR, a assimetria de conhecimento entre usuários brasileiros sobre operadores licenciados e não licenciados é particularmente relevante. Em um país com vasto território e diversificação socioeconômica, parte dos apostadores pode não compreender de imediato as diferenças entre plataformas regulamentadas e ilegais, o que facilita a migração para opções ilícitas caso o preço de entrada no mercado legal aumente.

Dados no radar: alcance do mercado e o peso da informalidade

Essa discussão se ancora em números que destacam a dimensão do setor e o quanto ele afeta o total da economia. Em termos relativos, o setor de apostas online representa uma parcela modesta do PIB e do consumo familiar, segundo estimativas que o IBJR cita a partir de estudos de mercado. Ainda assim, o instituto defende que qualquer política tributária deve considerar o tamanho real do mercado regulamentado para evitar distorções indesejadas.

Casos internacionais: aprendizados sobre tributação e clandestinidade

A comparação com experiências de outros países serve para ilustrar possíveis desfechos. Em casos como Colômbia e Holanda, observou-se que elevação de tributos pode coincidir com queda na arrecadação oficial e ascensão do mercado irregular. O argumento central é que tributar o apostador, sem combater as vias clandestinas, cria incentivo ao consumo ilegal, o que, no fim, contrapõe-se ao objetivo de reduzir a atividade ilegal. Para contextualizar, especialistas analisam estudo da PwC que aponta o efeito da alta carga tributária sobre o fortalecimento de apostas ilegais.

Alta carga tributária fortalece apostas ilegais: especialistas analisam estudo da PwC

  1. Colômbia: implementação de uma CIDE-Bets mostrou queda de arrecadação e crescimento da informalidade, levando alguns analistas a questionarem a eficácia de tributos sobre apostas sem o controle da oferta ilegal.
  2. Holanda: após aumento de impostos, o mercado ilegal superou o legal pela primeira vez, sinalizando que a tributação pode transitar para um resultado inverso ao desejado se não houver fiscalização e substituição de oferta pela via regulamentada.
  3. Brasil: o cenário nacional é caracterizado por uma base de consumidores com percepção ainda desigual entre operadores licenciados e clandestinos, aumentando o risco de que a política fiscal incremento o dinamismo do mercado ilícito.
  4. Conclusão comum: a eficácia de tributar apostas depende, crucialmente, de um combate eficaz ao mercado clandestino e de ajustes que tornem o ambiente regulado mais competitivo e confiável do que o não autorizado.

Estratégias recomendadas para um equilíbrio entre arrecadação, regulação e proteção ao consumidor

O IBJR sugere que, antes de avançar com tributos adicionais, o governo focalize esforços concretos para reduzir o espaço do mercado ilegal. Entre as ações recomendadas estão o fortalecimento de fiscalização, a simplificação de regras para operadores licenciados e a educação de consumidores sobre as diferenças entre plataformas autorizadas e clandestinas. Somente com a redução efetiva da participação ilegal é que políticas de maior carga fiscal possam ser discutidas com mais segurança, sem prejudicar a competição justa entre operadores regulamentados.

Medidas práticas para reduzir o espaço do clandestino

Entre as ações indicadas pelo IBJR estão: ampliar a verificação de operações, reduzir brechas regulatórias que incentivem a informalidade, e incentivar a conformidade entre plataformas licenciadas por meio de incentivos regulatórios. Além disso, recomenda-se transparência fiscal e divulgação de dados para que o público tenha uma compreensão clara do impacto real das políticas adotadas.

Em síntese, a leitura do IBJR propõe uma abordagem mais cautelosa em relação a aumentos tributários imediatos no setor de apostas online. Embora reconheça a importância de fontes adicionais de receita, o instituto sustenta que a prioridade deve ser reduzir o tamanho do mercado clandestino, criar condições de competição equitativas e, a partir disso, avaliar medidas fiscais adicionais com base em evidências atualizadas e em experiência internacional. O objetivo é garantir que as políticas públicas não apenas arrecadem, mas também fortaleçam a integridade do setor, protejam o consumidor e promovam um ambiente de jogo responsável.

Para acompanhar notícias atualizadas sobre apostas online e regulação no Brasil, consulte o G1 – Notícias sobre apostas online e regulação no Brasil.

Comparativo visual: expectativas x realidade

Aspecto O que se espera Possível efeito observado Observação estratégica
Arrecadação Aumento de receita com tributo sobre apostas Arrecadação reduzida se mercado clandestino crescer Aumento de fiscalização e combate à ilegalidade é essencial
Mercado regulamentado vs. clandestino Maior competitividade do mercado legal Deslocamento para o informal pode ocorrer Preços e condições devem permanecer justos para consumidores
Endividamento Associação direta entre apostas e endividamento Risco de simplificar a leitura de consumidor endividado É preciso considerar dinâmica bancária e comportamento de crédito
Proteção ao consumidor Maior transparência e responsabilidade Seção de não conformidade pode diminuir Campanhas educativas fortalecem o equilíbrio entre risco e jogo responsável

Em síntese, a discussão sobre CIDE-Bets deve ser guiada pela evidência e pela responsabilidade regulatória. O IBJR reforça que o caminho mais eficaz envolve reduzir a participação do mercado clandestino, fortalecer a fiscalização e manter a competitividade do ambiente regulado. Só assim será possível considerar ajustes tributários que equilibrem arrecadação, proteção ao consumidor e integridade do setor, promovendo um ecossistema de apostas online mais estável, ético e sustentável a longo prazo.

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João das Bets

"Sou um escritor movido pela paixão por tecnologia, apostas e inteligência artificial. Adoro explorar e compartilhar conhecimentos, traduzindo ideias complexas em conteúdo acessível e inspirador. Sempre em busca de novas formas de conectar pessoas com inovação."

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