Senador Eduardo Girão Propõe a Criação de uma “CPI da CPI” devido a Impasses na Investigação das Bets
O senador Eduardo Girão, representando o partido Novo pelo Ceará, expressou preocupações acerca do andamento da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga o setor de apostas esportivas, popularmente chamada de CPI das Bets. Em entrevista veiculada pela Rádio Senado, Girão sugeriu a implementação de uma nova comissão, uma “CPI da CPI”, para fiscalizar e desafiar possíveis obstáculos e lentidão na investigação atual. A discussão sobre os desafios enfrentados na investigação pode ser compreendida melhor ao conferir detalhes no Portal G1 – Economia & Negócios. Além disso, é importante acompanhar que a CPI das Bets terá até junho para aprovar relatório final e combater lavagem de dinheiro.
Desafios e Limitações na CPI das Bets
De acordo com informações obtidas na própria Rádio Senado, a CPI das Bets recebeu cerca de 400 requerimentos ao longo de seus trabalhos, mas até o momento, aproximadamente metade desses pedidos foi encaminhada para análise pelos membros da comissão. Entre as principais questões levantadas, destaca-se a demora na deliberação de pedidos relacionados à quebra de sigilo de autoridades e à convocação de testemunhas essenciais para o esclarecimento dos fatos.
Girão afirmou que há uma sensação de que diversos assuntos importantes estão sendo deliberadamente evitados por parte do colegiado. Ele ressaltou a disposição de trabalhar intensamente, inclusive nos finais de semana, para avançar nas investigações. Contudo, alertou para o fato de que, caso o presidente da comissão não queira solicitar prorrogação dos trabalhos, pode ser necessário instaurar uma nova CPI com o objetivo de fiscalizar os rumos da investigação atual. Mais detalhes sobre esses obstáculos podem ser encontrados na Folha de S.Paulo – Política.
Preocupações da Relatora e Obstáculos na Aprovação de Requerimentos
A senadora Soraya Thronicke, relatora da CPI, compartilha da preocupação de Girão e revelou dificuldades enfrentadas na obtenção de quórum suficiente para aprovar requerimentos. Ela apontou uma resistência por parte de alguns membros para convocar nomes considerados estratégicos e de alta relevância no setor de apostas esportivas.
Apesar desses obstáculos, Thronicke garantiu que a comissão dispõe de documentos e de apoio de órgãos de investigação, como a Polícia Federal, que indicam a existência de elementos suficientes para a instauração de possíveis indiciamentos, mesmo na ausência de oitivas presenciais. Para entender melhor esses desafios, confira também os detalhes discutidos em Manipulação de Resultados no Futebol Brasileiro: Como Apostas Suspeitas Minam a Confiança no Esporte.
Convite a Giovanni Rocco Neto e Questionamentos de Conflito de Interesse
Durante os trabalhos, Girão protocolou um requerimento formal para convidar Giovanni Rocco Neto, atual secretário nacional de Apostas Esportivas e Desenvolvimento Econômico do Esporte, ligado ao Ministério do Esporte, para prestar depoimento como testemunha. A iniciativa busca esclarecer supostos conflitos de interesse envolvendo o secretário, que anteriormente atuou como representante da Associação em Defesa dos Jogos e Apostas (ADEJA). Girão cita Rocco Neto como um possível “lobista” na legislatura anterior.
No requerimento, o senador destaca que, durante sua gestão na ADEJA, Rocco Neto atuou fortemente em favor de regulamentações mais acessíveis às pequenas e médias empresas de apostas, promovendo leis mais permissivas compatíveis com suas estratégias de negócios. Girão questiona se essa atuação anterior poderia influenciar na forma como o secretário supervisiona atualmente o setor, especialmente devido às responsabilidades de fiscalizar possíveis fraudes e manipulações em resultados esportivos.
Investigações em Curso e Próximos Passos
Girão também solicitou o depoimento do advogado Sílvio Assis, suspeito de tentar extorquir empresários do setor de apostas, e requisitou que a Polícia Federal compartilhe informações apuradas sobre o caso. Esses pedidos ainda aguardam votação e aprovação pelos demais membros da comissão. Para entender melhor os detalhes do andamento dessas investigações, recomenda-se consultar o Portal G1 – Economia & Negócios. A CPI das Bets, inicialmente prevista para concluir seus trabalhos no final de abril, foi prorrogada por mais 45 dias, estendendo seu prazo de investigação até meados de junho. O relatório final deve consolidar as conclusões da comissão e possíveis recomendações para procedimentos futuros, após análise detalhada dos documentos, depoimentos e provas coletadas ao longo do processo.
